quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um tanto quanto machista.

As voltas com um café de amigas que não saiu, com um filho para levar no médico, o outro na avó, o marido sem o controle de casa, eis que uma mensagem pequeninha de uma das gurias do tal café dizendo que estava na casa "de mamãe" com o pé doente, pensei: quem realmente nos protege quando crescemos?

A lógica é simples: Tu estas ainda no conforto do lar dos teus pais, e é protegido por eles, mesmo que incoscientemente. Quando se é pequeno qualquer perigo a vista, qualquer medo que se sinta, é só gritar que eles estarão ali, zelando por ti. Mas e quando se tem uma vida longe deles?

E vou mais longe. E quando se é mulher?
Tu casa, tem filhos (não necessariamente nessa ordem) e quem protege quem nessa nova família?
Tu protege os filhos, claro, em primeiro lugar são eles que mais precisam de ti, para fazer aquilo que os teus pais faziam por ti. Consecutivamente com o instinto materno aflorado, e mais mil sentimentos em jogo, tu acaba por proteger teu marido. Não que precise disso, mas lembrem-se estamos falando do sexo feminino, logo, achamos que podemos proteger a todos.

Por se tornar mãe, e por se tornar esposa, a mulher acaba achando que tem super poderes.
Tá com dor de cabeça? Tu já sabe qual o melhor remédio.
Tá com dor de estomago? aahh aquele cházinho age rapidinho.
Tá com problemas no emprego? teu ombro tá ali.
Não quer ficar sozinho aquela noite, por qualquer motivo? A super mulher tá ali, para deixar tudo o que tem a fazer e simplesmente te fazer companhia.

Viu? Acabamos por ter soluções para tudo e assim, proteger. A qualquer um. Até pai e mãe a gente acaba protegendo. Fazendo o inverso de quando éramos pequenos.
Quando falamos em proteção e em homem e mulher é tudo muito diferente. A sociedade nos impõe isso e nós (a maioria) acatamos. O que acontece quando uma mulher casa? Ela sai da casa dos pais e vai para um outro lugar aonde deverá ou deveria encontrar tudo o que antes tinha na antiga casa, menos claro, roupas limpas, comida pronta, e cama arrumada. Mas o zelo, a proteção, e tudo o que mais se pode ter é ali, na nova vida que ela tem que achar. Não pense que é só correr ou gritar "paiiiiiii" que teus problemas irão acabar. É contigo. E só contigo.

E o homem? Esse sim, é só gritar "paiiiii" ou "mãeeee" que vem mil ao encontro dele. Porque? Porque o homem nasceu para receber proteção, de todos, (leia-se família). O papel de frágil, de desprotegido porque saiu do reduto dos entes queridos é eterno. Eu sei, um tanto machista isso.
Mas aí entra o papel novamente da que protege, da mulher, da mãe, daquela que tá ali, do lado, sempre.

E a nós, quem nos protege?