segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Renovada


"O prazer nascendo dói tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer. A alegria verdadeira não tem explicação possível, não tem a possibilidade de ser compreendida - e se parece com o início de uma perdição irrecuperável.

Esse fundir-se total é insuportavelmente bom - como se a morte fosse o nosso bem maior e final, só que não é a morte, é a vida incomensurável que chega a se parecer com a grandeza da morte. Deve-se deixar inundar pela alegria aos poucos - pois é a vida nascendo.

E quem não tiver força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida. Essa película pode consistir em qualquer ato formal protetor, em qualquer silêncio ou em várias palavras sem sentido.

Pois o prazer não é de se brincar com ele. Ele é nós."


(Clarice Lispector)


Minhas palavras são desnessárias. Começou um novo ciclo.
- continuar aquela conversa que não terminamos ontem...ficou pra hoje-


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