terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

um dia pensava...

No auge dos meus 10 anos tinha a ingenua certeza que assim que completasse 18 anos iria morar sozinha com mais as 2 melhores amigas da época.
Voltavamos da catequeze planejando como iria ser.
Apartamento decorado, todas com seus respectivos carros, namorados de novela [aqueles que não existem], e nas suas tão sonhadas profissões.
A mais velha seria professora do primário.
A do meio queria ser bióloga [?].
E eu, a mais nova, sonhava em ser empresária, vestida de Terno e tudo!

Se passaram 14 anos.

A mais velha mora com a mãe, namora com menino que de novela tem pouco, trabalha como secretária e faz Educação Física.
A do meio não faço idéia de como esteja a vida dela, sei que está solteira e mora com os pais.
E eu, a mais nova, moro sozinha, mas não no apartamento decorado, nem namoro um homem de novela e muito menos que não seja de novela, me tornei modelo fotográfica e assessora comercial de importação e agora vou prestar vestibular para Design.

Claro, na época não tinhamos noção do que era sonho, e nem do que se tornaria realidade.
A única certeza que tenho, e acredito que as outras também é que a realização se vem em pequenas doses.
No meu caso, veio com um filho lindo, uma família que me apoia, e amigos dos quais são anjos.
E se passarão mais 14 anos e terei outras realizações, mais importantes que essas [ou não].

Mas acredito que a estrela de todos brilha, um dia menos, em outro mais.

Hoje uma assinatura fez a diferença. O fim para um recomeço.
Pegando a estrada sozinha, rádio ligado, fiz uma analise de tudo o que houve comigo até hoje.
Apesar dos pesares, de ter deixado meus anjos d' guarda cansados; tive muita sorte. Sorte por ter saído na hora certa de algo que não me fazia bem.
Sorte por ter levantado após quedas, e mais quedas.
Inevitável não olhar para o passado, e de certa forma deixar ele presente em alguns momentos. Foi apartir dele, que amadureci, e que acreditei que coisas boas existem para boas pessoas.

Não leiam isso como algo nostalgico, ou um desabafo.
Eu estou com o sorriso solto, largo.

7 comentários:

dessa... disse...

(... parece que tu recuperou aquilo que te leva a escrever com o que sente... adorei)

as mudanças são necessárias... por mais que tu passe por momentos de raiva com um monte de papel na mão numa mesa do zaraba... tem coisas que não podem acontecer de maneira diferente.
Melhor que aceitar isso é perceber que só vai ter fazer bem.
Vide teu sorriso largo :)

pra constar: eu achava que com 26 ia estar casada, com uma vida estável, dois filhos lindos, um marido que me tirasse do chão, ter um Labrador caramelo e passar manteiga num pão quentinho toda manhã numa cozinha branca. O que eu queria fazer mudava todo dia.
*suspiro*

laine. disse...

eu vivia planejando, e tu sabe o quanto eu planejava...e o quanto isso me deixava desdesperada em 'arrumar' minha vida...
essas mutações são constantes na vida, e eu gosto de pensar que são elas que dão sentido!

o mundo arródia, lembra?

Unknown disse...

não lembrava mais disso...
bom de se ler!

Dessaaaaaaaa!
recuperei sim...ate que enfim...
o papel continua ali, dentro da bolsa, mas ta ali, como um papel a mais só!

laine. disse...

e adorei o branco!

Rochele disse...

Eu nunca planejei nada.
Na verdade eu achava que aos 20 anos estaria morando em SC, solteira, trabalhando um monte e final do dia na praia.
E acho que se isso tivesse se concretizado eu não estaria feliz, seria muito sozinha.

Adele Corners disse...

Nem vou falar nada... meus planos não podiam estar mais errados...

Ana Brambilla disse...

Cara Suani,

sou jornalista e te encontrei ao procurar por pessoas que vão prestar vestibular.

Trabalho na Editora Abril e gostaria de conversar contigo sobre idéias para o site Guia do Estudante.

Se topares, por favor, me responda no abrambilla@abril.com.br

Desde agora, obrigada pela tua atenção.

Um abraço!